domingo, 28 de fevereiro de 2010

A Visa e o marketing de oportunidade


Mais um case interessante do Erich Beting no seu blog sobre marketing esportivo. Trata-se da abordagem bem inovadora da Visa, marca global de cartões de crédito, na sua relação com o futebol e outros esportes.

Ele conta que, em 8 de março de 2009, a empresa patrocinou a camisa do Corinthians para o clássico contra o Palmeiras. O jogo marcou mais uma das "voltas definitivas" do atacante Ronaldo aos gramados, diz ele, com a realização do gol de empate aos 47 do segundo tempo, garantindo a invencibilidade e a arrancada alvinegra para o título estadual.

No dia 7 de fevereiro de 2010, no jogo que marcava a volta do atacante Robinho ao Santos, a Visa ressurgiu, patrocinando a camisa do time no clássico contra o São Paulo. Mais do que nenhuma outra marca, destaca Beting, a Visa soube aproveitar o momento certo para fazer uma ação de patrocínio. Sem estardalhaço, comprou o espaço da mídia que representa uma camisa de futebol, nada além disso. Ela não busca relacionamento com o torcedor, venda de ingressos ou produtos oficiais, pontua.

Ele conta que está tudo dentro da estratégia da marca. Ao contrário da forma tradicional de se relacionar com o futebol, a Visa não cria longos vínculos com clubes, mas com competições. É em busca disso que se tornou patrocinadora da Fifa em 2007 (pagando R$ 100 milhões ao ano pela cota), é por isso que já é há décadas parceira do Comitê Olímpico Internacional (com mais cerca de R$ 100 milhões de investimentos anuais).

O aporte ao Santos foi uma estratégia para ter exposição de marca, assim como já tinha sido com o Corinthians. Investimento relativamente baixo para o potencial de exposição que aquele jogo teria. Para coroar a estratégia, o gol de Robinho, que decretou a vitória santista, assim como tinha sido o de Ronaldo, rodou o mundo. E a marca Visa, multinacional, também percorreu o mundo junto com os atacantes.

Para o Beting, trata-se de um tipo de ação que beneficia, exclusivamente, a empresa, e não o clube – que continuará com suas dívidas. Para o torcedor, não cria um novo serviço que o faça se sentir especial. No entanto, ele destaca que é por isso mesmo que o patrocínio, nesse caso, é considerado pela empresa como uma oportunidade. Ele não foi feito para gerar relacionamento com o torcedor, mas para expor o máximo possível a marca da Visa. Melhor resultado é difícil de se obter. Ainda mais em tão curto espaço de tempo, destaca.

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