Andaremos de carros voadores, teremos chips implementados na nuca, cada casa de família terá sua Rose, e fecharemos cruzeiros interplanetários para relaxar nas férias. Ou não. Claramente muita coisa mudou nos últimos dez anos e mudará nos próximos dez, mas acredito que dez anos não represente muito na história da humanidade para que nos encontremos num contexto completamente diferente. Surgirão sim, novas maneiras de interação entre pessoas, o que resultará em novas maneira de relacionamento com o cliente, mas estas serão implementadas pelas agências em pequenas mudanças, e não em grandes revoluções no negócio.
A minha irmã de dois anos já sabe mexer no computador e chega a assistir clips do Backyardigans no Youtube, a minha outra irmã de dezesseis anos faz mil e uma coisas ao mesmo tempo e em cada conversa que consigo interceptar com as amigas dela, a palavra scrap é citada algumas vezes. Em dez anos não haverá mais lógica, e nem será possível, a separação de meios como online e offline. A vida será online, o que não significa que não nos abraçaremos mais ou que educaremos nossos filhos via Google Wave, mas sim que estaremos conectados o tempo inteiro; o on fará parte da realidade off.
Logo, uma agência de publicidade daqui a dez anos necessitará ser integrada. Eu sei que hoje em dia muito se fala de comunicação integrada, e que muitas agências dizem desenvolver suas campanhas dessa forma, oferecendo isto como um diferencial. Pois bem, o que é diferencial hoje será um fator crítico de sucesso daqui a dez anos.
Em uma conversa (leia-se aula) com meu novo chefe, ele sugeriu um modelo que me parece muito pertinente: planejamento e criação lado a lado. Diretores de Planejamento trabalhando num mesmo espaço que os Diretores de Criação, mais ou menos como funcionam as duplas de criação hoje em dia. Os jobs seriam desenvolvidos juntos, dessa maneira garantindo uma campanha focada em resultados que apresentem um diferencial criativo.
Acredito em equipes multidisciplinares. Hoje em dia é muito difícil encontrar um publicitário que não possua um iPhone, não goste de Starbucks, e não use tênis estranhos; estudo numa faculdade de publicidade e posso constatar uma coisa, somos todos muito parecidos mesmo em nossas diferenças. Por essa, entre outras, razão parte da publicidade hoje em dia é tudo muito da mesma coisa. Com a facilidade de acesso a mídias sociais e a possibilidade de qualquer um gerar conteúdo, as empresas de comunicação – incluindo as agencias – terão que apresentar trabalhos cada vez melhores e mais inovadores, e isso fica difícil quando a fonte de experiência de vida que os publicitários possuem é o próprio meio publicitário.
Pois é, são essas algumas mudanças que acredito serem necessárias para a sobrevivência das agências no futuro. Ah sim! Voltando aos robôs, se por um acaso eles chegarem mesmo ao patamar da saudosa Rose dos Jetsons uma dúvida me atormenta: O que será de nós, pobres estagiários?!
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