Confesso que na minha cabeça Marlene Bregman é uma figura um tanto peculiar, digo na minha cabeça pois não tive o prazer de desfrutar o que parece ter sido um bate papo descolado com uma mulher de propriedade.
Enfim, fiquei presa no trabalho, no trânsito, me perdi, demorei pra achar vaga na faculdade e todas as outras desculpas plausíveis se aplicam a este caso. A MAIS PURA VERDADE.
18:35 – Saio da agência correndo e imagino que Marlene Bregman já esteja nos arredores da ESPM.
19:00 – Estou parada na Groelândia - alguém um dia me disse que era mais rápido ir por aqui do que pela Av. Brasil, provavelmente esse alguém contou pra muito mais gente também que contaram para mais pessoas... enfim! Uma grande corrente do trânsito! Marlene (a esta altura eu e meu personagem ainda fictício já desenvolvemos certa intimidade) agora deve estar entrando no estacionamento da ESPM, o Prof. Carlos Murilo Moreno foi recebê-la e provavelmente estão trocando figurinhas sobre colegas de profissão.
19:30 – Tentei cortar caminho e vim parar na Nove de Julho, vejo placas para o Brooklin e começo a perceber que estou na direção errada. Marlene Bregman entra no auditório, e os alunos presentes aguardando uma meninota de seus 30 e poucos anos não sabem mais o que esperar, afinal imaginavam que publicitários eram engolidos pela terra depois dos quarenta – Marlene, se por ventura você colocar o seu nome no Google e parar neste humilde post, por favor não se ofenda, não sei a sua idade mas tenho certeza que está muito bem conservada! – ela se apresenta, e todos começam a se encantar.
19:45 – Eu ainda perdida, e Marlene já sabia muito bem quais rotas levar na apresentação; descontraído uma leve conversa começa a tomar forma. A descrição das agências de publicidade de alguns anos atrás, e a transição para o modelo atual prendem a atenção das jovens mentes ávidas por conhecimento! Imaginar o desenvolvimento de uma campanha sem o auxílio de um mísero aparelho de fax vai além das dificuldades que temos com pen drives bixados hoje em dia.
20:00 – Resolvi voltar para a Groelândia, ou tentar. Marlene começa a definir o papel do planejador na publicidade, quais são as tarefas deste profissional e a importância do trabalho conjunto com outros times como o atendimento.
20:30 – Consegui chegar na Brasil, ali perto da árvore de Natal em constante construção. Marlene Bregman se aprofunda na razão pela qual a maioria de nós escolheu essa carreira: GENTE. Sim, porque nosso combustível não deve ser uma imagem bonita cheia de semiótica, textos bem construídos, títulos que conseguem resumir toda a identidade de uma marca, ou mesmo relações com clientes. O que deve mover um planejador é a vontade de descobrir pessoas, a capacidade de se colocar em diferentes papéis e tentar pensar como o seu público-alvo.
20:50 – Chego nos arredores da ESPM e dou algumas voltas no quarteirão a procura de vaga, se aquele Ford Ka tivesse uma noção do seu pequeno tamanho e tivesse estacionado alguns centímetros mais pra frente eu poderia ter parado meu carro logo ali e assistido o fim da palestra. Perguntas surgem e a conversa infelizmente começa a chegar ao fim, a tendência da integração da comunicação é frisada e neste assunto nenhum dos alunos se sente tão perdido, afinal é esta a resposta para três de cada cinco perguntas de prova que fizemos nos últimos meses.
21:00 – Entro na faculdade cheia de fome e encontro com a Fernandinha recém saída da palestra que me dirige a seguinte frase: pois é... perdeu!
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